quarta-feira, setembro 25

Sementes

Sou um homem que regou a terra onde deitou as sementes
Esperando retornar ao alvorecer do dia nascido sem medo
De longe avistei a rosa vermelha onde foi um botão de flor
Florescida mesmo longe pois o amor não conhece distância
 
Carrego na memória teus sorrisos e os sonhos que trocamos
E sei que as lembranças, qual um sol, incendeiam a memória
Secando o que havia de mel no recôndito de dias passados
E nem mesmo as lágrimas copiosas servirão para umedecer
 
Ainda reconheço o perigo pelas curvas dessa tua geografia
E as palavras tal um canto que nunca me permitiram esquecer
Quando a noite vier e trouxer na luz cintilante das estrelas
Uma nova esperança ao coração que deixou a dor para trás
 
Seremos então qual os preamares, regados de sal e de fúria
As espumas brancas que se levantam ao tocar os rochedos
Ou as ondas de mansidão e alegria que vêm lamber a areia
Para na maré baixa se retirarem quando o rugir do mar cala
 
Regresse a mim e vou navegar meus dedos sobre tua nudez
Viajar por tua pele noite afora, em silêncio, vou me perder
Acariciar cada pétala tua, minha flor de perfume exótico
E iniciar outra vez pois ao amanhecer a flor se abre à vida
E iniciar outra vez pois ao amanhecer a flor se abre à vida

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