Sementes
Sou um homem que regou a terra onde deitou as sementes
Esperando retornar ao alvorecer do dia nascido sem
medo
De longe avistei
a rosa vermelha onde foi um botão de
flor
Florescida mesmo
longe pois o amor não conhece distância
Carrego na
memória teus sorrisos e os sonhos que
trocamos
E sei que as lembranças, qual um sol,
incendeiam a memória
Secando o que havia de mel no recôndito de dias passados
E nem mesmo as lágrimas copiosas servirão
para umedecer
Ainda reconheço o perigo pelas curvas dessa tua geografia
E as palavras tal um canto que nunca
me permitiram esquecer
Quando a noite
vier e trouxer na luz cintilante das estrelas
Uma nova
esperança ao coração que deixou a dor para
trás
Seremos então qual
os preamares, regados de sal e de fúria
As espumas
brancas que se levantam ao tocar os rochedos
Ou as ondas de mansidão e alegria que vêm lamber a areia
Para na maré baixa se retirarem quando o
rugir do mar cala
Regresse a mim
e vou navegar meus dedos sobre tua nudez
Viajar por tua pele noite afora, em silêncio, vou me perder
Acariciar cada pétala tua, minha flor de perfume exótico
E iniciar outra vez pois ao amanhecer a flor se abre à vida
E iniciar outra vez pois ao amanhecer a flor se abre à vida
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