quarta-feira, setembro 18

Sideral

Não importam a penumbra, as sombras da noite, a escuridão
Estarás sempre à minha vista por mais que eu me negue a ver
Além das imagens de quaisquer outras que eu tenha tocado
Ou dos amores que eu tenha tido depois que tenhas partido
Pois que fomos o relâmpago fugaz que antecede o estrondo
Um alaúde de desconsolo que naufragou pela impertinência
Dos teus modos maliciosos e das tuas suspeitas infundadas
E te tornaste a tortura sufocante em minhas noites insones
No teu oceano sem horizontes que dilacerou meus sentidos
Tuas ideias incompreensíveis sobre a posse de meus poemas
Foram qual maldição funesta a meu ser imperfeito, humano
Ainda assim, posso afirmar que eras apenas tu, sem desvios
E assim tu permanecerias até os últimos dias de tempestade
O romance que desejei fosse a história das mil e uma noites
Nascido numa primavera, mal avistou as fronteiras do verão
Desprezaste do meu sentimento visceral, universal, sideral
Para retribuíres com o hálito sinistro dos negros pesadelos
De desamor e loucura me alucino, morro e renasço das cinzas
Com magia criei o indecifrável, o poema abrigo de cada dia
De tons e sons angelicais fiz da solidão a melhor companhia


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