quarta-feira, setembro 4

Olho-te

Olho-te e vejo uma ilha cercada de um mar agitado
Tua pele, qual a branca espuma, se estende ao céu
Onde meus pássaros livres podem fazer seu bailado
E num mergulho inigual te contar de tudo que já vi
 
Olho-te e vejo em transe minha primeira comunhão
Sinto a culpa de me fixar nas auréolas de teus seios
Que se me insinuam sob o vestido de renda e cetim
Fazem-me sonhar habitar teu fogo de lírios rosados
 
Olho-te e mesmo na distância te vejo no horizonte
E navego ao teu porto onde o sol brilha todos dias
deitar-me qual se fosse a grama serena da praça
Sob olhos de tal azul, que céu algum pode igualar
 
Olho-te e não imagino porque existem linhas retas
Se o contorno de teus lábios é tudo que vale olhar
De um vermelho que me impede de falar, senão sim
Tanto quanto ouvi-los, quero calá-los com os meus
 
Olho-te e sonho que pudesse ser o ar que inspiras
Ser a brisa perfumada das tardes vívidas do verão
Sentir o tremor de quando te toca a minha paixão
E dentro de teu coração sonhar que bate por mim
 
Olho-te, só vejo a perfeição no dia de tua criação
És poema de filigrana invisível em cor e inocência
Em desejo e luxúria, em beleza e saber. És única
Nascida de um sonho, vives eternamente em mim
 
Olho-te e vejo em tuas curvas perigo de me perder
Porque não há caminho melhor que teus quadris
Para fazer-me esquecer todos caminhos de volta
Na noite alta quando descobri que em ti sou feliz


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