terça-feira, fevereiro 4

Insônia


As luzes já vão se apagando até noturnos olhos vão se fechando
Só não os meus, nestes arrastados minutos que separam-me de ti
Estas madrugadas têm soprado ares de insônia em minha cabeça
Pelo véu noturno passeio os olhos ao céu, porém não há estrelas
Apesar disso, na minha solidão, cada vez que respiro penso em ti
E assim, absorvo as gotículas de vida que flutuam no ar da noite
Sei que não estas e finjo que sim, estendo o braço para deitares
Tento sentir tua respiração forte e o calor do teu peito no meu
Aspirar teu perfume de alfazemas, tocar teus cabelos de trigais
No meu pensamento quero sentir a alegria da tua boca na minha
Do pulsar forte de meu coração na vibração que vem do teu ser
O eterno desejo que meus pássaros selvagens habitem teu corpo
Relembro tua chegada e pela janela teu rosto de linhas delicadas
Pois nada é distante, é intemporal como na primeira vez que te vi
Paradoxal ao sonho, na verdade, tua ausência é demais pungente
Indiferente ao drama, a cidade continua no silêncio que a invade
A noite me afoga na tua existência transbordando pelas esquinas
Sei que és minha, sabes que sou teu e temos toda vida que restar
Porque breve chegarás e eu te tomarei nos braços como no sonho

Tudo que somos e o que temos é o que nós empenhamos no amor que vamos ofertar
Deus é Deus, mas existe também a verdade do cavalo que, branco, na campina pasta.


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