segunda-feira, fevereiro 3

Breve


Não esperava te ver tão breve angústia correndo-me nas veias
Para fazer disparar no coração toda a velha dor do abandono
A dor da nulidade dos esquecidos, de ser apenas uma sombra
Dura é a amargura de ser aquele que não merece uma palavra
De ver ruir tudo que era belo, em meio à respiração ofegante
Na pulsação acelerada que a tristeza inaugura entre lágrimas
No rosto que o sorriso foi exilado nos porões da indiferença
Quando tudo é distância, uma só palavra é um enorme afago
O silêncio traz consigo um desejo de morte, uma nuvem negra
Procuro a compreensão, mas não encontro nenhuma resposta
Quão enorme se faz a solidão que a noite de insônia eterniza
Queria dormir até o amanhecer e acordar sendo outra pessoa
A quem não falte em nenhum dia a ternura da amada distante

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