Trago estes versos de dor e verdade me colocando
Mais nu que nas noites que o amor
tornado físico
Irrompe a madrugada na troca de tantos acalentos
E meu lamento é porque o tempo de amar é
escasso
Porque o amor em seu tempo futuro chega e passa
Veloz, terrivelmente profundo, suave e devastador
Arrebata a razão quando reivindica a tua
presença
Talvez, mea culpa, porque sabes jamais te
digo não
Vejo-te dormir, és como os versos ainda inescritos
Um poema qual catedral onde estão a dor
e a paz
Que vive dentro de mim qual semente
nos campos
Qual será flor e espinho sob o orvalho
nas manhãs
Assim enquanto a vida desperta repito que te amo
E sou amor e carícias, mas também sou
som e fúria
Desperto do sono para me empenhar a cuidar de ti
Recordo teu sorriso e o brilho de teus olhos juvenis
Nas lembranças que o esquecimento azul consentiu
O sacro e profano de tua pele diante de
meu rosto
Mas tu, insciente de meu tão dito e
repetido amor
Dormes ingênua, alheia
ao meu olhar que vela por ti
Os automóveis deslizam na rua furtando o silêncio
Um dia
te darás conta de que te amo e somente a ti
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