segunda-feira, fevereiro 3

Esqueces



Trago estes versos de dor e verdade me colocando
Mais nu que nas noites que o amor tornado físico
Irrompe a madrugada na troca de tantos acalentos
E meu lamento é porque o tempo de amar é escasso

Porque o amor em seu tempo futuro chega e passa
Veloz, terrivelmente profundo, suave e devastador
Arrebata a razão quando reivindica a tua presença
Talvez, mea culpa, porque sabes jamais te digo não

Vejo-te dormir, és como os versos ainda inescritos
Um poema qual catedral onde estão a dor e a paz
Que vive dentro de mim qual semente nos campos
Qual será flor e espinho sob o orvalho nas manhãs

Assim enquanto a vida desperta repito que te amo
E sou amor e carícias, mas também sou som e fúria
Desperto do sono para me empenhar a cuidar de ti
Recordo teu sorriso e o brilho de teus olhos juvenis

Nas lembranças que o esquecimento azul consentiu
O sacro e profano de tua pele diante de meu rosto
Mas tu, insciente de meu tão dito e repetido amor
Dormes ingênua, alheia ao meu olhar que vela por ti

Os automóveis deslizam na rua furtando o silêncio
Um dia te darás conta de que te amo e somente a ti

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