sexta-feira, abril 12

Lobos e Madressilvas



E chegará o dia tão anunciado, o tempo irá ter recomeçado
Brilhará no céu uma lua pálida envolta de sua aura amigável
Despida de todos outros véus sem haver quaisquer estigmas
Em minha forma de pássaro a voar, dançar no azul, rodopiar
Não mais noites mal dormidas, só uma ponte para esperança
Feita de palavras leves, doces, flutuar nas praças e escrever
Poemas narrados em tinta transparente, sublinhados de risos
Voar acima das montanhas onde irá morar a meiga inocência
Longe de todas as crenças em separação e esvaziada da dor
Não mais o silêncio das bocas, nem as despedidas do passado
Em que a sombra é só sinal que lá em cima está fulgindo o sol
Nenhum momento vivido inutilmente, mil cores nas alvoradas
As madressilvas nos campos, cheiro de terra, profissões de fé
Mas não olvide, se a névoa encobrir as miragens do possível
Será qual imagens desenhadas num sonho que não aconteceu
Por vezes é preciso fechar os ouvidos e até melhor não saber
Que os lobos caminham senhores da estepe, noite após noite
Enquanto vão entoando seus encantamentos hermenêuticos
Porém somos razão, não fantasia, a recriar o milagre da vida
Temos os protocolos em que no fim tudo acabe dando certo
Esse é o motivo de tudo, nenhum minuto é igual ao anterior
E, acredite, também não será igual ao minuto que o suceder
A vida seguirá descortinando opções, basta escolher e será



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