E chegará o dia tão anunciado, o tempo irá ter recomeçado
Brilhará no céu uma lua pálida envolta de sua aura amigável
Despida de todos outros véus sem haver quaisquer estigmas
Em minha forma de pássaro a voar, dançar no azul, rodopiar
Não mais noites mal dormidas, só uma ponte para esperança
Feita de palavras leves, doces, flutuar nas praças e escrever
Poemas narrados em tinta transparente,
sublinhados de risos
Voar acima das montanhas onde irá morar a meiga inocência
Longe de todas as crenças em separação e esvaziada da dor
Não mais o silêncio das
bocas, nem as despedidas do passado
Em que a sombra é só sinal que lá em cima
está fulgindo o sol
Nenhum momento vivido inutilmente, mil
cores nas alvoradas
As madressilvas nos campos,
cheiro de terra, profissões de fé
Mas não olvide, se a névoa encobrir as
miragens do possível
Será qual imagens desenhadas num sonho que não
aconteceu
Por vezes é preciso fechar os ouvidos e até
melhor não saber
Que os lobos caminham senhores da estepe, noite após noite
Enquanto vão entoando seus
encantamentos
hermenêuticos
Porém somos razão, não
fantasia, a recriar o milagre da vida
Temos os protocolos em que no fim tudo acabe dando certo
Esse é o motivo de tudo,
nenhum minuto é igual ao anterior
E, acredite, também não será
igual ao minuto que o suceder
A vida seguirá descortinando opções,
basta escolher e será
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