Paira a luz sobre a forma que
exibe em cada aresta a cor
De olhos mansos, pele macia,
fala doce, jeito encantador
Tal beleza tão
exaltada desprende-se do mundo-matéria
Para irromper em harmonia no éter infinito das emoções
Um descuido e pouco adiante é um turbilhão envolvente
Assim que se espera ter encontrado o amor, mas é
ilusão
Viver requer equilíbrio, mais sabedoria que precipitação
A imagem bela de
que se crê amar é manifestação fugaz
E o vazio
emergirá como vulcão que dissimula sua
a lava
Imaginar que no
rosto está a sensação, o eterno cometa
Que o corpo pode
escorar todas tempestades que virão
Olvidar os signos que vêm do interior é apenas
equívoco
O amor não pertence ao corpo, mas está na raiz da alma
É o bálsamo que catalisa a adesão da argila com o ferro
Não se sujeita
às geometrias, antes é complexa equação
É o que encadeia
numa só trama, a inocência e o abismo
Quando o silêncio a tudo
revelar em toda sua plenitude
Todas respostas se farão inúteis
serem ditas ou ouvidas
Pois o amor é calma e angústia;
riso e dor, o sim e o não
Ele se revela sem alarde,
expandindo para ser a unidade
E faz o tempo deixar de ter
sentido para ser eternidade
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