quarta-feira, março 18

A paz que queria



As tempestades trazem as imagens do espanto na calada da noite
Não foi o sonho mais perturbador que já tive numa noite solitária
Nem mesmo esses olhos ameaçadores de uma mulher apaixonada
Que tem medo de se entregar e sofrer, por não crer no meu amor

O que me tira a paz neste instante é a expressão cruel de um olhar
Que penetrou na minha alma cansada, numa noite tépida de verão
Eu até sei que viveria outra vida na qual afogaria as minhas mágoas
Mas, não quero. Quero estar ao teu lado ainda que não respondas

Há dias que não consigo dormir bem nem consigo acordar direito
São os sonhos que dilaceram minha mente. A escuridão já vi pior
Mas nunca tão profunda dessa forma e eu pude sentir suas garras
Garras afiadas na solidão, arrancando o sangue das minhas veias

Na escuridão de meu quarto ainda consigo enxergar a esperança
Que no silêncio da noite, vem peregrinando silenciosa, pé ante pé
Derradeiro baluarte dos suspiros de amor, das almas que sofridas
Ainda seguem em busca da chave que abrirá o portal do amanhã

Sei que chorar nem adiantaria, eu apenas derramei duas lágrimas
Depois, deixei-me caminhar nas nuvens do correr insano dos dias



Inspirado em poema de Odair J. Silva

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