Ergo minha voz no silêncio como o som estridente dos tambores
Nas manhãs
cinzentas e frias de um fevereiro invernal inusitado
Esta alma que já foi dilacerada por tantas torturas
psicológicas
De sonhos desfeitos por agonias metálicas que nem
posso dizer
Que ofuscaram minha visão na fumaça do que já acreditara ser
Mas um dia eu deixei de olhar minha vida com tanta compaixão
Decidi emergir das
sombras ocultas que me escondiam o mundo
Calei velhos lamentos ditos nos pavilhões escuros
da madrugada
Abri os olhos ao brilho das estrelas ao invés das misérias diárias
Reinventei um mundo de alegrias invisíveis além das
madrugadas
Que minha
imaginação perambulou insone pelas calçadas vazias
Outorgo a meus pensamentos que vagueiem libertos aos
ventos
Assim, pude descobrir um anjo sem asas num paraíso impensado
A quem deito estas palavras nos versos famintos destas páginas
Que avançam pela
noite sonâmbula, no meu olhar sedento de ti
Lembrar de ti, apaga qualquer resquício de pudor que me
reste
Ainda mais se pensar no contorno de teus lábios e beijo o
vazio
Para dar fim ao silêncio
que um dia já me desgastou lentamente
Acendo o candelabro
e canto uma canção, apenas por existires
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