segunda-feira, março 16

Não sei



Não sei como dizer-te que todos dias te procuro
Se encontro teu sorriso o mundo começa a florir
Então a noite que se sucede é esplêndida e vasta

Não sei como dizer-te que te esperei toda a vida
Como o campo fica à espera o plantio do centeio
Que cresce e ondula ao vento, de brilho dourado

Não sei como dizer-te da falta crua que me fazes
Que me abala o físico, os sentidos e pensamentos
Tocado por todo tempo que estivemos distantes

Não sei como explicar que esperava entendesses
Porque assim também fosse contigo, intensidade
Que pudesses te entregar sem medo, esperança!

Não sei como explicar que se não vens a vida dói
Quando as folhas da melancolia caem pelo chão
O coração é uma semente no turbilhão dos dias

Não sei como explicar se tudo em mim te deseja
Pois só tu me arrebatas dessa estrada de solidão
Que sigo como um tolo girassol sem o sol a olhar

Pois não sei como dizer-te sem ti não há milagres,
 mas quando chegas, dentro de mim é o sol, o fruto, 
a criança, a água, o deus, o leite, o pai e o amor.

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