terça-feira, julho 30

Tu vens

Vens a mim, te aproximas e antes que te anuncies, te reconheço
Num olhar de atração tão forte que esqueço toda vida e morte
Qual um cântico milagroso que se faz das frases que pronuncias
Na luz suspensa da pupila te admiro, teu torso nu, brilho estrela
De tua pele de pêssego flor e tuas curvas, infindável inspiração
Ao verso que, enquanto poeta, hoje e amanhã venho te compor
No deslumbre que, enquanto amante, me magnetizas e me calas
Com o silêncio que me sugeres, se pões um dedo sobre os lábios
Lábios que acendem meu fervor, qual o único destino dos meus
Chamado que arde-me tal braseiro rubro entre faíscas de ouro
As flores do campo espalham o perfume de nossa velha paixão
Nos incita um abraço repentino, enquanto toca nossa canção
Nesse movimento de tintas desenho no sonho um novo arcano
Enfim a vesperal penumbra se instala e doce brisa nos envolve
No campo sereno a noite flutua, adormeças minha pura ninfa
Brota em mim novo e cristalino alento no azul do firmamento
Sob reinventada constelação, a espada flamejante do arcanjo
A nos proteger enquanto levanto a poeira da abandonada lira
Com breve rumor, mistério de calma profunda és reflexo de mim
Como sou eu de ti, faz que me indague se somos uma única alma

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário