O murmúrio
semântico num céu ocre nas tardes de tormentaVem tatuar indelevelmente com suas agulhas e tintas mineraisA face do ente
amado ausente em nosso coração
angustiadoProjeta-a nesse
instante contra o gris d’um mundo ultrajante Grava suas
marcas, profundos estigmas na essência
do existirO amor vem a
nós em conta gotas tentando inundar a
solidãoBuscando o feito
impossível de apagar a nota amarga da vidaA desconstruir
as asas de chumbo e a longitude da distância
No mesmo ato que
ordena negros ideogramas e anjos
ocultosO amor ordena a
vida ao nosso redor, qual breves lagos de arNa clara pretensão de inventar rosas vermelhas sem
espinhosE o ambíguo conceito que podemos doá-las à
mulher amada Quando a verdade
se subjaz à crua conveniência do momentoSó o poema,
recitado numa voz límpida mantém o
equilíbrioE a harmonia sem veladuras desmemoriais a alterar os
fatosEntregues aos trigais dourados pelo sol e ondulantes ao vento Quando estia e
a tarde recobra seu brilho, mínimos rumoresDe um retorno
tão esperado, vêm nos salvar desse cativeiroFazem a
construção de uma música clara e aroma de jasmimDe curva
sonora com ritmo de coração, sem outro pretexto Concluímos que,
de tudo, o que importa é vencer as chuvasUm amor cotidiano e permanente, não só debaixo
dos lençóisAssim pode cantar o amor nudez conservando sua inocênciaE nossas
gargantas podem se declarar num sentimento
maior
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