terça-feira, janeiro 7

Esperança

Eu sou o poeta que cultua em si, a um só tempo, os opostos
Sou residente na impossível fronteira do inverno e do verão
Peço que afaste teus olhos de fogo de minha alma de palha
Não, não te afastes de mim e incendeia-me inexoravelmente
Pois quero arder ao frio destas nuas madrugadas silenciosas
Toca-me, pois, há em mim todos os instrumentos do mundo
Assinala quaisquer canções, as cordas estão tensas e loucas
Que cantarei entre o desejo e a nostalgia, num ato de amor
Faz parte de minha existência, pois já corres em minhas veias
Minha flor, que veio habitar meu peito de forma insuspeita
Sigamos juntos, vençamos a tempestade, antes do anoitecer
Ainda que tudo gire sem parar, numa tarde dessas de verão
Estarei contigo para guiar teus passos e transpor as barreiras
Princesa inolvidável de meus dias, espera que o vento aquiete
Ouve o chamado de nossa juventude de outono, abre as asas
Vamos voar aonde a esperança nasce no horizonte a cada dia

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