Todo amor é dor quando bate à porta a ausência
É uma
precipitação aguda, são corais extraviados
É a dor desse amor que chega tal qual a preamar
Que devolve à praia o que o mar não deseja mais
É uma sensação de estar-se perdido,
sem o norte
Decretado pelo cru mistério cinzento da solidão
Um caminho sem
destino, que não termina nunca
No chão
anônimo, de tantas pedras e desenganos
Nos desvãos da alma, a angústia acende o alerta
De uma dor súbita no peito, feito silêncio ou ira
Resta, no copo, a bebida com álcool, soda e gelo
Na qual refazemos toda a esperança do possível
Enquanto a noite avança desprovida de estrelas
Lavarei toda dor de tua falta no sol do novo dia
Pois me permitirei chorar somente mais uma vez
Depois é abrir as asas, escrever
teu nome no céu
Cavalgar os ventos, olhar acima e domar os raios
Para dizer nunca, jamais, aos céus gris da agonia
Mesmo que haja
a névoa ou um oceano entre nós
Teu nome encabeça, em luz, cada folha de poema
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