quinta-feira, janeiro 30

Lentamente


Onde estarão agora teus doces olhos que não a me olhar
Sinto o coração apertado, teu brilho de estrela distante
Um enorme deserto, pois é assim que é quando não estás
É como a imensidão de um oceano só do vazio que causa
Peço à brisa que me traga no pensamento um aconchego
A esta alma que caminha solitária pelas ruas da nostalgia
Os minutos, ora tão lentos, açoitam minha nua paciência
Que se angustia por querer tão rápidos como sonho bom
Mas é nos sonhos que te reencontro e és minha de novo
Caminhamos de mãos dadas pelas falésias à beira do mar
Deitamos na relva a mirar as estrelas cadentes, distraídos
Fazemos nossas pegadas na areia onde a maré já recolheu
Assistimos os últimos raios de sol avermelhar o horizonte
Ao nascer do dia, a realidade reclama seu lugar, e então
Vejo o céu se cobrir de nuvens, o sol brilhando sem calor
Até os pássaros emudecidos já não cantam no amanhecer
Tudo transcorre tão lento na eternidade da tua ausência
Ando e respiro contando quando te ver e voltar a sorrir

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