Onde estarão agora
teus doces olhos que não a me olhar
Sinto o coração
apertado, teu brilho de estrela distante
Um enorme deserto,
pois é assim que é quando não estás
É como a imensidão
de um oceano só do vazio que causa
Peço à brisa que me
traga no pensamento um aconchego
A esta alma que
caminha solitária pelas ruas da nostalgia
Os minutos, ora tão
lentos, açoitam minha nua paciência
Que se angustia por
querer tão rápidos como sonho bom
Mas é nos sonhos que te reencontro e és minha de novo
Caminhamos de mãos dadas pelas falésias à beira do mar
Deitamos
na relva a mirar as estrelas cadentes, distraídos
Fazemos
nossas pegadas na areia onde
a maré já recolheu
Assistimos
os últimos raios de sol
avermelhar o horizonte
Ao nascer do dia, a realidade reclama seu lugar, e
então
Vejo o céu se cobrir de nuvens, o sol brilhando sem calor
Até
os pássaros emudecidos já não cantam no amanhecer
Tudo
transcorre tão lento na eternidade da tua ausência
Ando e respiro contando quando te ver e voltar a
sorrir
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