Será missão do poeta definir o sentido da palavra saudade
Garimpando
todos os adjetivos e as metáforas entre sonhos
Sem jamais se entregar, morrendo e renascendo a cada dia
O poeta que na
verdade é o tecelão de signos e das fábulas
Moldando os verbos que o destino lhe manifesta de graça
Para lhes dar as cores das dores que se proclamam à noite
Quando a insônia consome nas muitas voltas dos
ponteiros
Fora de
qualquer juízo a afrontar até mesmo a morte certa
O poeta que por vezes pareça estranho é tão só um de nós
Artesão do rompimento com o conceito do que é impossível
Se faz alado,
para vencer os espaços que a razão
determina
Para desmentir
as certezas do que seja divino ou
mundano
Mas a saudade o desafia pelo que há de inverificável em si
O poeta, que tantas vezes transita entre o inferno e o
céu
Mas só
descobre o verdadeiro sentido da palavra
saudade
No dia que a mulher amada se faz distante, e é só o inicio
De abraços tão ausentes, mas sempre presentes no coração
Grato a ti Helena, por toda inspiração que é tua presença em mim
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