O relógio do ano segue
marcando seus primeiros minutos
Recolhendo das
horas, tanto a esperança quanto o medo
A poesia se faz da
fartura de sentimento, a sina sem rima
Os olhos, ao redor
da mesa, observam as cores das frutas
Há sempre uma busca,
um querer, nos sinais dos resgates
Sempre se aguarda o
que de novo a alvorada possa trazer
Aguarda-se um
brilho de luar que cale o silêncio dos dias
Tudo são sonhos, irrequietos,
insanos, meio às novidades
Que são repetidas a
cada mês, nem são novas de verdade
A passagem do ano é
um momento que o poeta ébrio cria
A
admirar a toalha de impecável linho a balançar ao vento
Enquanto no jornal noticia
as ausências que vamos sentir
Pois não é dia de falar da vida que acaba, a luz
que apaga
Mas sim da vida que
renasce florida, fresca e perfumada
O poeta escreve das lendas, do céu, estrelas e dos jardins
Não podem as
palavras tortas abalar a paz que esperamos
É tempo de abrir as portas, para permitir toda luz iluminar
Olhos
ao alto, caminhos outros a repaginar um céu inteiro
Neste
verso que inaugurou um janeiro de renovada paixão
Que
se fará, dia a dia, capaz de sonhar e realizar tudo novo
E
de novo, porque os vestígios
de ontem, a chuva já apagou
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