Não é para lua ou
as estrelas que me dirijo ao te procurar
Nem para outro mundo distante de intrincados caminhos
Procuro-te
no espaço vazio da silhueta de meus
abraços
Mas tu escapaste entre
meus dedos qual areia do deserto
Deixando tantas páginas em branco e poemas não escritos
Já
imaginei te buscar entre as gotas do orvalho das manhãs
Mas o sol se abrevia, as dissolve e leva também tua
imagem
Quando olho ao oriente,
onde se deita o sol, só vejo vazio
Deixando sua trilha
de raios dourados espalhada pelo céu
E tudo é um enorme
quebra cabeça de peças incompletas
É por isso que escrevo aos ventos, nesta solidão
pacífica
Enquanto
a brisa sussurra e repete teu nome gentilmente
É
esta busca que me nega o conforto do sono nas vigílias
Enquanto meu coração, tolamente, segue na tua direção
Minha mão que busca
teu toque, minha boca busca a tua
Sinto-te. Não sei
se é teu olhar ou a respiração, mas sinto
Diz-me o porquê essa
aura glacial se instalou em teu peito
Porque te olvidaste
dos sonhos e renunciaste ao romance
Sei que toda espera
é dolorosa, mas esquecer o é até mais
Não faças de lembranças
amargas uma porta para solidão
Então venha, senta-te ao meu lado, conta-me teu segredo
Fecha os olhos e
por um minuto apenas deixe o amor fluir
Pois do outro lado
do horizonte é dia e a vida recomeçou
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