sábado, agosto 10

Holofotes


Nessas horas que a vida é nada mais que um jogo do destino
Ela chega com seus cabelos loiros, molhados, de sorriso jovial
Traz a mim mesmo nas mãos, numa surpresa grata e memorável
E mesmo sendo noite, amanhecem as esperanças à beira mar
Não importa se perco a fala, meus olhos têm a justa linguagem
Nesta altura da vida que já não importa o peso das perguntas
São tantas as histórias abandonadas nas gavetas da memória
E a música dissonante que ao lado se apresenta, leva imaginar
Sobre um tempo passado em que frutificava a inegável agonia
Seria este o marco de seu fim? Mas não sonharei o impossível
Pois quero o que é real, o toque de seus doces lábios nos meus
Enquanto os holofotes projetam nossas sombras no horizonte
O que importa a lucidez se é no abraço que o coração pulsa?
Sinto seu corpo tão junto ao meu, que temo perder o controle
Pois nessa hora já não importam tantos verbos ou substantivos
Apenas sua boca colada na minha vencendo as impossibilidades
As ondas em seu murmúrio contam histórias de um novo tempo
De uma nova construção desta vida, nas brancas areias da alma

Nenhum comentário:

Postar um comentário