sexta-feira, agosto 2

A Serra


Diante desse pôr do sol rubro, um dia muito especial se finda
Dia de tantas histórias iluminadas por uma nova esperança azul
Que no livro aberto de chances e de impossibilidades se exibem
Ah, quanto temo essa distância, quanto lamento que seja assim
Se hoje já fazes falta, o que farei ao me apaixonar e não estarás
Deverei cavalgar na fúria do relâmpago para saltar tal abismo?
No rumo que ora se caminha, breve a ausência se fará indizível
Será impraticável pronunciar esse silêncio em todas suas letras
Sem que uma lágrima saudosa e renitente insista no olho brotar
Como suportarei equacionar minha loucura a procurar tua mão
Como se fará possível a um só tempo conciliar emoção e lucidez
Se teu abraço se quedar mais distante que este braço alcançar?
Conta-me insônia como faço para vencer a serra que nos separa
Dá-me asas de pássaro peregrino, longas e incansáveis, para vê-la
Quando em minha cama vazia eu me deitar, só o sonho me trará
Minha musa a repousar em meu peito e eu afagando seus cabelos
A cuidar de seu sono inocente porque nele a distância não existe

Um comentário:

  1. Tocou-me muito profundamente, traduzindo uma ânsia, sentimento e vontade de poder realizar um desejo, algo que só o tempo pode dizer, pois quem somos nós pra saber da direção de uma vida e que seja a melhor possível e nos traga amor, carinho, aconchego e paz!

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