Como por uma fenda no tempo venho olhar
aos dias futuros
E confesso não tenho
medo de dizer que entendo o que vejo
Vejo uma esperança de flores que o sopro do inverno
não viu
Vejo meus passos vingando os caminhos que me separam
de ti
Ando por planícies
reverdecidas colhendo os frutos dos dias
Faço um brinde à solidão que já se
esvanece até desaparecer
Digo adeus às opacidades
do silêncio com a voz que não cala
Taças vazias, gestos vãos,
perfumes erradios lhes digo jamais
Risadas francas, bocas desenhadas, abraços infindos
digo olá
Ainda revivo a noite que estas mãos trêmulas buscam as
suas
Quando penso haver dito tudo, vejo que eu
disse quase nada
Dessas conversas intermináveis que atravessam a
madrugada
Das noites de um só entreabrir de olhos, sonhos
evanescentes
E o feiticeiro risca o curso da jornada que culmina no
abraço
Sob um céu intransigível de fulgores e de estrelas
incansáveis
Faço um pedido à estrela cadente e até teus olhos me
sorriem
Por fim, deito-me feliz
por acreditar no fim destas tormentas
Esperando que amanhã
verei ao acordar teu rosto a me sorrir
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