sábado, agosto 31

Desejo


Quero muito em breve olhar nos teus olhos e te contar
O quanto és necessária nestas tardes frias de sol pálido
Em que a solidão se reflete por todos cantos do quarto
Que és o sal quando vem o silêncio e me salvas a palavra

Quero te contar que meu peito se incendeia pela tua voz
Quando me dizes, perto de um sussurro, para eu te amar
Desejo que saibas que és tão mais do que eu pronuncio
Nestes versos que, diante de ti, são nada qual leve brisa

Quero ainda te dizer que tu és a minha verdadeira poesia
Minha música num arranjo quase celestial de sons e cores
Que contigo sou a ave que revoa em espiral a beirar o céu
E de lá, asas abertas, mergulha na direção de teus braços

Quero te dizer da importância de ter teus olhos nos meus
De acordar madrugada adentro só para velar por teu sono
Que vejo no fulgor que acolhe em brasa todo meu desejo
Entre lençóis, sob a noite, nosso coração em pleno verão

Quero que contar das violetas que brilham ao amanhecer
E se não vens é tudo cinza e o dia é só poema interminado
Dizer que quebrastes meu abandono e o sonho hoje é vivo
Para que renuncies a todo medo e reveles teu amor contido

Quando aceitarás que sou teu? Amigo, amante, escravo, homem
Que depois de morto me fizeste renascer, criança face a vida!

Nenhum comentário:

Postar um comentário