quarta-feira, novembro 1

Barca dos Desenganos

Nave da meia noite, na azul voragem do tempo

Eu pássaro, asas alçadas sorvi de méis infinitos

Na barca dos desenganos, por toda dor que há

Viajei vidas à margem dos verbos encolerizados

Qual um navegante da luz, no farol da angústia

Nos astros, eu vi espanto e amargos presságios

Na fadiga do dia, tolos devaneios me torturam

Vi o frio e austero céu não contemplar estrelas

Uma metade de silêncio e outra de inquietude

Diz que não sou o mesmo perdido em pensares

Ontem, tão hirto e sozinho resgatei uns versos

Que guardo na morada de lembranças amargas

As quais mereço, por querer navegar no sonho

Hoje o poeta que novamente entrega-se à ilusão

No alvoroço que destoa do ritmo calmo da flor

Mas, este poema inadequado não é só espinhos

Também é canção e brisa que acaricia o campo

Uma fagulha de esperança n’um futuro melhor

 

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