quinta-feira, novembro 16

Não culpe a chuva

No final, outros olhos vão definir se fui luz ou trevas

Não será minha hipotética nobreza que virá me julgar

Antes, é à espada do inimigo a que deverei responder

Sem que escolha a companhia da harpa ou de belzebu

Neste denso caminho das dualidades e subjetividades

Sei que menti quando precisei reinventar-me no vazio

Sei que menti quando devia iludir o mistério da morte

E assim mesmo, navego só neste mundo de incertezas

O pó do tempo d’outro século, já se deposita em mim

Tempestades e tormentas insanas tatuaram-me a pele

São memórias flutuantes do oceano de minha infância

Onde escondi os perfumes dos bosques de eucaliptos

De meus pecados e serpentes faço música rock’n’roll

E confesso também me deleita o som e a dor do oboé

Sei que nada neste labirinto me devolverá ao passado

Então me entrego ao destino que nasce com a aurora

Se eu morrer no domingo antes da chuva, não a culpe

Afinal, não tem juiz mais sábio que o passar do tempo

 

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