quarta-feira, agosto 6

Alquimia



O ouro da noite esconde em sua liga
O fogo reservado de uma alegria interior
Que tem o brilho inaugural da primavera
E acende um riso no calor das faces exaustas.
Os corpos deitados se fundem em luz
E assumem em si os contornos do horizonte.
Fogo e ouro, almas joviais negam o tempo
O processo da evolução é recriado pelos atos
Não há idade, somente um sentimento infinito
A própria contradição do que seja o vazio.

Não se permitirá nenhuma nódoa a espreita.
Nenhuma sombra que viva da negação
Da existência de um paraíso sem medo.
O ouro escorre pelo corpo e toma os sentidos
Afasta a solidão da noite em puras cintilações,
Com seu mistério alado, seres em movimento.
Supera-se o vazio com o fluir constante de querer
Saber que o sonho é a antecipação da realidade.
O amor preenche os abismos e todos espaços
Não se sacia enquanto não une ambos os pólos.

Há olhares que submetem o juízo à desordem
Glorioso delírio dos sentidos superando os medos.
É assim esse teu meigo olhar que me domina
Não há rumo possível que não leve a tua presença.
Não há limites para atingir a plenitude desse sentimento
Que rompe forte as linhas do caos, mas serenamente.
Assim se dispensa a linguagem pelo toque das mãos
Pelo contato do rosto com o rosto, pela leveza do coração.
Juntos superaremos o tempo, o pânico, a febre e a dor.


Vencemos o mal quando se tem o conhecimento exato de que é amor.

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