quinta-feira, agosto 14

Jardins

Agora que o inverno derrubará as folhas
avermelhadas pelo outono que se retira,
Agora que o verde das colinas é apenas
lembrança qual o trilar dos pássaros,
Já ouço o chamar cinzento das nuvens
à chuva fina que esmaece todas cores.
Caminho à beira das casas, despercebido,
enquanto meus lobos correm nas planuras.
Livres pelos campos onde certamente estás
Ainda sinto em mim o toque de tuas mãos
vívidas a ansiar pelo encontro das minhas
Sigo andando e meu pensamento é distante
Como os jardins floridos da adolescência.
Recordações assíduas de cada dia sem sol
Na distância de teus olhos, doces e vivos
De tua voz mansa e quente a me chamar.
Cada detalhe de tua existência vive em mim
Prossigo, em silêncio com a voz embargada
Meus versos partidos numa poesia inacabada
Na tua ausência o inverno jamais me deixará.

Nada em mim é real quando estou longe de ti.

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