Soam as trombetas com que a
vida anuncia vindouros esplendores
Do ponto primordial do mundo
rumam aos quatro pontos cardeais
Em todos lugares o som se faz
ouvir qual fossem harpas do oriente
Eu, principiante de mim mesmo, celebro aprender em
pérolas e ouro
Meu corpo pulsa com o anunciar da distinção do
real e da realidade
Muitos não se dão conta da chegada de um tempo
claro e soberano
De águas cristalinas emanando
em abundância de alegoria sem luxo
Não haverá nesta nova existência
lugar para negras essências vazias
Nem se verá o contraste da boca persistindo muda e
fria na essência
Todos os espaços se preenchem
na ação concreta das virtudes da luz
Falar-se-á novo enredo cujo bálsamo é o que provém
do seio da terra
Sei que debaixo da quietude a
noite pode estender suas negras penas
E que a sombra de um
pensamento arde em silêncio rumo ao abismo
Mas não haverá qualquer outro poder na cidade
feita dessa nova luz
Que subsistirá, desperto pela ação conjugada do
corpo e consciência
Regenerando a mente para o templo real e não para o
que lhe convém
As sombras restarão reclusas em sua lógica de
ferro na luminosidade
Uma nova geometria se fará
traçar para o curso além e fora do tempo
As tristezas do passado serão
máscara calada, vulto solitário na terra
Um verdadeiro mestre, sabe-se sempre aprendiz nas
grandes decisões