Por todo sempre eles se amaram, sem
nunca terem se visto
Na quietude muda da noite, ela mostra
seu amor profundo
Quando a saudade se vestiu de
ausência, aflorou o silêncio
No bater descompassado daquele um
coração já em ruínas
Relembrando as horas de quase morte e
a dor trespassante
Por aqueles instantes que se
desacreditou até mesmo da fé
Aquele homem tão só, mergulhado no mais
atroz da solidão
Mas ela vem dos astros com seus olhos
qual recorte do céu
Com sua proposta para estremecer fundo
o sentido da vida
Já decidida no avançado das horas, ajudá-lo a iludir a morte
E assim se fez sem varas de salgueiro
nem os signos do irreal
Só o amor a vencer as incertezas até a chegada dos alvores
Eles eram tal qual duas crianças, face
a face com o destino
Mas firmes para resistir com toda firmeza ao destino escuro
Seu sentimento os nutriria da seiva mais áurea da esperança
Quanto, mais adiante, lhes custaria essa
rebeldia e afronta?
Não iriam
aceitar flores sem perfume, cair da tarde sem sol
Aliás, sempre haverá os que julgam sem
querer saber o todo
Um dia, esses dois estranhos, trilharam
os mesmos caminhos
Mas eram um só nos sentimentos e nos sonhos intermináveis
Mas eram um só nos sentimentos e nos sonhos intermináveis
Decretando o tempo de sorrisos, de
abraços, de recomeços
O tempo da ternura explícita, o tempo
de acreditar nos sim
Mesmo de perdoar, em verdade, aos que
só sabem dizer não
Por fim, é chegada a era mágica de
beijar na boca e ser feliz