sexta-feira, junho 5

Olhar


Mais uma vez venho conjugar estes verbos todos no particípio
Que me participam destes versos que vêm te contar sobre nós
Também servem de argumento para dizer-te que que te espero
Como todos os dias, enquanto meus olhos cortam teu caminho
Na esperança de cruzar com os teus, em alguma hora colorida
Desenho para meu futuro, com traços trêmulos, nosso abraço
Tu em meus braços, o que faz o sol despontar entre as nuvens
E a chuva reduzir-se a um outro verso apenas para fazer a rima
Rima que meus versos não tem, mas são argumento para te ver
São o que minha voz não repete, mas retrata a saudade sem ti
Pois, sem ti, mal sei respirar; só versejar que nem precisa de ar
Perco-me quando escrevo e perder-me-ia de toda forma sem ti
Se das margens de meu sonho te escrevo, sou somente emoção
Escrevo a teu lado, toco teu braço e sorrio, sorris e mal sabes
Que aquilo que escrevo resplandece enquanto me olhas assim
Pois a luz que ilumina o poema não são palavras, são teus olhos