quarta-feira, setembro 7

Cinza e outras Cores Inacabadas

 

No dorso da tarde aspiro no vento um cheiro de rosas
Imagino o virtuosismo de delícias que seriamos tu e eu
Então eu te imagino, agasalhada dentro de meus olhos
Nossas bocas reunidas em uma, em um momento único
O tempo acelerado me faz perder o pudor, nos ver nus
Pois ninguém sabe do amanhã e nem há idades de ouro
Então te achega meu amor não há tempo para a espera
Pois abraça-me, ignora a física dos corpos e do espaço
Faze-nos um em toda a beleza da sintonia nos corações
Do amor nascido no lampejo dos teus olhos a beira mar
O tempo que ficamos distantes é d’um cinza infindável
Nossos dias juntos passam mui velozes à revelia de mim
Ah sim, o tempo passa veloz e trai nossas expectativas
Mas é tarde para recolher as sobras do que fui e mudar
Porém se aqui estou é para ti. Esta voz em trevas é tua
Nosso querer é nossa vitória, a hora de ser feliz é agora

sexta-feira, setembro 2

Delírio

 

Que pensas podes me dizer, se só ao silêncio tenho ouvidos
Eu que antes de antigamente, olhava da esquina do mundo
E nem bem tinha certeza que teu olhar existia além de tudo
Esse índigo que, irreverente, sem pedir me arrestou o peito
Para tornar todas minhas noites insones em fértil território
Onde faz germinar a semente de uma poesia terna e galante


Que esperas eu faça com toda angústia que eu usava sentir
Se a ânsia de teu abraço ocupa todo espaço que há em mim
Se o delírio de deitar a cabeça entre a maciez de teus seios
Consumiu todos meus mais recônditos sonhos e convicções
Aprendo a não saber como fazer para vencer essa distância
Essa é minha lastima, é o que me alimenta nas horas escuras


Ah esperança, filha de mãe louca e pai impetuoso, ouve-me
Só tenho a ti esperança, promete-me que que vamos vencer
Que a distância é imaginária e esse calor vem do corpo dela

Que são teus os passos que ouvi nas calçadas da madrugada

No longo abraço tão ansiado. E num só um giro do ponteiro

Não mais esperar minha boca faminta enfim encontrar a dela