Quero muito em breve olhar nos teus olhos e te contar
O quanto és necessária nestas tardes
frias de sol pálido
Em que a solidão se reflete por todos
cantos do quarto
Que és o sal quando vem o silêncio e
me salvas a palavra
Quero te contar que meu peito se
incendeia pela tua voz
Quando me dizes, perto de um sussurro, para eu te amar
Desejo que saibas que és tão mais do que eu pronuncio
Nestes versos que, diante de ti, são nada
qual leve brisa
Quero ainda te
dizer que tu és a minha verdadeira poesia
Minha música num arranjo quase celestial de sons e cores
Que contigo sou a ave que revoa em espiral a beirar o céu
E de lá, asas
abertas, mergulha na direção de teus braços
Quero te dizer da
importância de ter teus olhos nos meus
De acordar madrugada adentro só para velar por teu
sono
Que vejo no fulgor que acolhe em brasa todo meu desejo
Entre lençóis, sob a noite, nosso coração em pleno verão
Quero que contar das violetas que brilham
ao amanhecer
E se não vens é
tudo cinza e o dia é só poema
interminado
Dizer que
quebrastes meu abandono e o sonho hoje é vivo
Para que renuncies a todo medo e reveles teu amor
contido
Quando aceitarás
que sou teu? Amigo, amante, escravo, homem
Que depois de morto me fizeste
renascer, criança face a vida!