A
noite nivela todo o relevo e encerra todas perspectivas
As
florestas que o sol, dourado, faz eloquentes, se calam
E assim a noite a
tudo abraça espalhando o mistério lunar
No silêncio cinzento
do arvoredo, se destaca uma silhueta
Qual fosse se erguer
em um palanque salpicado de bronze
Um
herói moribundo sob ramagens outonais das planícies
Mas que concentra,
em sangue, na memória o seu espírito
O sangue derramado
inglório e que nutre uma infinita dor
Sob as nuvens,
feitas vermelhas de cem guerreiros caídos
Sua última castanha,
caiu entre cabanas vazias e gemidos
Não se ouve o ruído
festo das patas dos cavalos a galope
Só os cães ladram,
pressagiando a presença do anjo negro
As portas estão
cerradas, as casas desertas, tudo é vazio
O guerreiro tem em si
uma chama imune às chuvas negras
A iluminar uma
réstia de esperança a lhe habitar a mente
Ancorada por golpe
da sorte na lembrança mais soberana
Então se esquivar da
morte com o coração entre as mãos
Colher pedaços de
antigas fantasias e ilusões, uma a uma
Para adicionar aos
versos do poema como fossem paixões
Resta a ausência
sobre todas as coisas, ganhas e perdidas
Vivências
estremecidas e lamentos. Me aproximo devagar
E
ele olha e confessa: só eu não morri, todos já se foram
Daí canta uma canção baixinho e o rio corre em
silêncio