Se escrever é fazer mágica, sou um mago; se for transformar, sou alquimista; se for dominar mistérios, então sou bruxo. Vim transmutar sentimentos em palavras e vice-versa. Os poemas falam de imagens, sentimentos e sonhos. Tudo se passa na vida real ou na surreal. Ao lê-los tenha atenção ao que está oculto nas entrelinhas. Deixe que os versos te levem onde o vento quiser levar. A musa de meus poemas é a vida. Estejam atentos, pois as palavras são metade de quem escreve e metade de quem lê.
quinta-feira, junho 30
quarta-feira, junho 29
Transparências
A brisa acaricia o dorso da tarde de um verão tão peculiar
Persiste o silêncio profano e o pássaro se mantém pousado
Em memórias seculares, versos crus, o céu por testemunha
Na vida lá fora, um vírus assola as esperanças de viajantes
E assim vai se redigindo a história destes tempos modernos
Trilho por estradas fendidas embriagadas da água chovida
Vem a mim um turbilhão de imagens, entre misérias diárias
Notícias que escolho ignorar, feitas de indigesto negrume
O cotidiano é como um monstro acorrentado sem piedade
Nossas crenças sangram sob o cetim noturno, lua após lua
De mãos dadas buscamos um pouco outras transparências
Que a vida outorga a uns escolhidos ou as vemos no sonho
E, talvez, possamos desfraldar algum sorriso de emergência
Para apartar todos os enganos, as ilusões e as frustrações
Quando nosso olhar se cruza, brotam desvarios tão felizes
Surgindo em nossas faces, o rubor cristalino dessa certeza
Que o amor, no seu esplendor e pureza, nos salvará do mal
segunda-feira, junho 27
Aposta
No silêncio da noite vem a sina dos amantes
Derramada num céu cor chumbo de tristeza
O tempo evanesce o que a memória guardou
Esse amor tão cristalino, amor de esperança
Eu apostei que viveria por toda a eternidade
Quiçá seja obra do destino e o amor morreu
Mas a noite adianta e a manhã vem vitoriosa
Abriga-me sob suas asas de um azul intocado
Ornado de duas nuvens brancas desgarradas
Ouço frases profundas que buscam consolar
Mas são só palavras despejadas dessas bocas
Essas palavras sem cor, da espera inesperada
Em troca do beijo tão cobiçado que não veio
Deitando o nome da bela amada, letra a letra
Nas palavras tocadas por razões improváveis
No frio do mármore a esperança desmantela
A poesia é amor deitado no desdém do papel
Onde se apostou pela vida, contra o destino
A última cartada contra a dor o azul vencerá
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