Se escrever é fazer mágica, sou um mago; se for transformar, sou alquimista; se for dominar mistérios, então sou bruxo. Vim transmutar sentimentos em palavras e vice-versa. Os poemas falam de imagens, sentimentos e sonhos. Tudo se passa na vida real ou na surreal. Ao lê-los tenha atenção ao que está oculto nas entrelinhas. Deixe que os versos te levem onde o vento quiser levar. A musa de meus poemas é a vida. Estejam atentos, pois as palavras são metade de quem escreve e metade de quem lê.
domingo, julho 30
quinta-feira, julho 27
Periferia
Chegou a chuva e se desfazem os passos e as pedras
Bailam os restos e garrafas plásticas ao vento cálido
O córrego arrasta, vai levando sob dias tormentosos
Bem nessas horas inundadas, o barro, os cães mortos
O esquecimento é o tempo que se lamenta as perdas
E fazer parecer que não há mais nada para se perder
Algo que respire diferente, nem olvido ou lembrança
O lixo, ruas tristes, os tetos de zinco, assim é a vida
Uma certa amargura flutua no ar bem ali na esquina
Lentamente. Um ranço de cerveja que se derramou
O homem parado à porta, sozinho, curvando de frio
O ônibus passa entre as casas baixas e gente a olhar
Quase nada a celebrar, só há névoa e notícias ruins
Uma garrafa em cacos, o às de espadas, uma música
O vinho amargo, um olho desorbitado, não há amor
Nas águas da chuva, sem perdão, só mais do mesmo
terça-feira, julho 25
Alento
Nua, flutua
lua, acima
dos telhados
já úmidos
e as ruas sozinhas,
solitário,
vejo que vai
dissipando
o rastro
de teu alento
a cada passo.
O silêncio que precede a tormenta
Um vácuo,
um vazio
a tormenta
nos olhares,
na voz,
nossa voz,
e um deserto
precário
na espera
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