Quais seres
dormem, na penumbra, atrás da estante no vazio da sala
Serão filhos das lembranças que
me chegam como açoites no escuro
Volto meu
olhar à porta entreaberta, não há carros nas pedras da rua
Nem bêbados, com seu passo
peculiar, na calçada tomada de silêncio
À minha esquerda há o espelho
mágico e os fantasmas atrás da porta
Meu corpo
se ilumina como se outra pessoa residisse dentro de mim
Mas sou eu mesmo entre esses
cenários, encantos de mares e nuvens
Escrevo o
poema de olhos úmidos, sem promessas ou arrependimentos
Desenho frases na alma como
vejo nas estrelas e na canção das águas
Recordo os sonhos e reinvento os
finais, que os faço bordados de sol
Minha
mente resta inquieta destas vozes que escuto e não reconheço
Na tarde sem sal, não vejo
saídas e lentamente desfio os fios da sorte
Aquela
solidão eterna de outros tempos que devem restar esquecidos
E enfim romper os alicerces da
existência machucada de maus tratos
No oceano de naufrágios quando
se navegou à beira do fim do mundo
Nos abismos do esquecimento. Da
cera moldada se que derrete ao sol
Finalmente, abro a página da vida que descansa à sombra das árvores
Finalmente, abro a página da vida que descansa à sombra das árvores
Reconheço que ora estou indo na
direção do desejo para meu amanhã
Em um
amanhecer tardio, a dor se apaga na distância, tudo haverá vir
Mas não poderei
ficar esperando tudo acontecer, não é assim tão fácil
É que tudo o que outrora possuí, hoje é o símbolo de um grande vazio
É que tudo o que outrora possuí, hoje é o símbolo de um grande vazio
A página do poema, por fim, descansará
refugiada do vento incessante
É A VIDA REPAGINANDO A VIDA. DESEJO QUE A SABEDORIA SEJA SUA COMPANHEIRA PARA QUE POSSA DISCERNIR O QUE DEVE FICAR E O QUE DEVE PARTIR.
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