Amargura
Sua pele era
muito clara, não pálida, mas delicada
Seus cabelos
dourados, aéreos, caiam aos ombros
Olhos de
esmeraldas entre lágrimas, eram ternura
Seus olhos
semiabertos, se faziam luzir de volúpia
Quando me
olhava de lado fingindo-se de zangada
Cruzava os
braços e os seios afloravam no decote
Era qual
delírio, raros instantes em suave martírio
À espera de
beijar seus lábios vermelhos de desejo
Trêmulos ao
tocar os meus qual um coro angelical
Porém a
verdade deve ir além de todas aparências
Agora é só
silêncio de morte, só tristeza e solidão
Brutalmente
desperto de um sonho, fria realidade
Tudo que
restou, está tão somente em meus olhos
Toquei teus
lábios, descobri que estavam tão frios
Nosso abraço
não tinha teus braços a minha volta
Nada mais
existe além de meu incessante desvario
Teu olhar,
indiferente e fixo no vazio, é tão outro
Apesar do
tempo presente, tudo ficou no passado
Na minh’alma
de poeta, só ficaram raízes inférteis
Cicatriz que
perdurará, noite a noite, hora a hora
O que sonhei
ventura, nunca passará de amargura
Nenhum comentário:
Postar um comentário