As vertentes antes altivas da
serra já não se impõem na paisagem
Tomadas de nuvens gris. Meu pensamento, por isso,
paira perdido
Orbitando em vão sobre o eco dos
passos, sempre mais distantes
Criei em torno de mim paredes
fermentadas de desejo reprimido
Sou ser à espreita. Como o mosto que um
dia será maduro vinho
Reconstruir todo silêncio à minha volta e nele me fazer invisível
Como os sinos que dobram, indiferentes,
a cada quarto de hora
Tudo é distante e intemporal, meras imagens inglórias no
espelho
O que permanece é vazio, cinza, tal um dia que não amanheceu
Nesse abandono gratuito já se fez muitos mortos. Será destino?
Em meu ser um sonho azul
desnudo se reergue em meio à chuva
Na busca de mínimos mitos, de uma coleção infinda de abraços
A vida em sua concepção é fumaça ambígua diante das pupilas
Porém a
lua é intacta, minha herança, doce farol no teu caminho
Resiste em mim o aroma dos
campos, as crinas soltas dos cavalos
Céleres qual
vento nas tardes de maio, nos poemas vivos do olvido
Que bom que voltou a postar...
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