Às vezes se instala em nós uma alegria infeliz,
uma estrela sem brilho
Uma dor que desinventa a esperança e arreios antigos nos confundem
Pedaços de nós impelidos na brisa e o medo
pulsa em meio a segredos
Do que restou nas auroras de outras idades, nas nuvens de
carneirinhos
Num céu de agonias gris remonto ao silêncio se
não me compreendes
O breu oxida parâmetros e somos feitos apenas do tanto que perdemos
O breu oxida parâmetros e somos feitos apenas do tanto que perdemos
Não há amor nas imputações veladas que nos transformam em pavões
Amor é quando vens, faminta dos dias de ausência, íntima e namorada
O som do amor é azul, é ilúcido, irrigado de
vinho, bocas unidas em ânsia
É quando me roubas o fôlego, nos pertencendo sob a estrela da manhã
Morro e renasço em teu seio onde me abandono nas horas mais tardias
Sim te abordaria a qualquer hora e sem motivo
te cantaria uma canção
Porque dói a saudade num mar de memórias asiladas no vazio dos dias
São longas horas as que me separam de ti, errantes por amargas
sendas
Ao longo delas, fico a fitar a porta pela qual
não vais entrar, a me iludir
Na noite alta me resta ouvir o cão que, só e
infeliz, late à própria cauda
Pois, não tomes rígidos significados em tudo que digo, fantasie
comigo
Talvez só queira ouvir que me queres meio a esta ausência imperdoável
A vida corre veloz e, entretanto, não me
tomaste como tua propriedade
Porque não olvidas tuas virtudes diárias e vens febril, nua e desvairada
Abdicada de lucidez, pois o que quero é soprar segredos ao teu
ouvido
Para deserdado de juízo ou razão te fazer mágicas até o dia
amanhecer
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