Desfio horas silenciosas a observar
os protagonistas das lendas esquecidas
Vivem de
aparência seduzidos pelo que está atrás de vitrines transparentes
Mas seus trajados de fino cetim são
tramados na angústia de sua pequenez
Têm seus olhares inundados de atitudes
formais, tão esquivas quanto frias
O pôr do sol avermelha o céu no
horizonte entre nuvens rosas sobre o mar
Abandono as almas insensíveis e mendicantes,
rumo à viela da imaginação
Tu que lês este poema, estas
tramas, olha lá fora do reflexo da luz na janela
E escuta tocar
os acordes das cordas da harpa que soa lamentosa ao longe
Bem debaixo do brilho daquela
estrela só, indefesa, na noite da Ursa Maior
Vê? Onde soam as canções
encantadas nos caminhos de pétalas vermelhas?
Como velas a seduzir memórias arraigadas
na sombra de um passado breve
Mas não pulverizam memórias indeléveis, dramas de tempos de insanidade
Mas não pulverizam memórias indeléveis, dramas de tempos de insanidade
O pulsar insensível da tempestade
cala as noturnas vozes detrás dos vitrais
Uma brisa ionizada atassalha o
tempo que enraizou nossas vidas ancestrais
O brilho manso das velas queima a
passo nossas histórias sobre os castiçais
Ouço as palavras sussurradas a
meia voz a deixar nervuras sobre os lençóis
Ouço palavras gritadas alto e em
negrito de quem constrói em aço o poema
A vida em rompante abraça o
brilho de prata e ilusão meio às noites de luar
O poeta lança
seu olhar profundo e distanciado sobre a vida como só pode quem sobreviveu aos
vendavais e abismos, sem juízo, a acariciar seu algoz!
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