O quadro não é a moldura, todavia sem ela não é o
quadro
Ah, estes meus versos mutantes nascidos da metamorfose
Que me perambula pela mente como numa
pintura de Dali
Num mundo de quatro estações há partidas e há chegadas
Ressurjo com meu semblante azul em
candeias luminosas
Sorvo o mel nos favos tontos entre
os galhos multicolores
Sou o pássaro que se move nos ares, mas sou feito de
terra
E por detrás do arco íris, deixei o rastro desta rota
estelar
Ai de ti, nos ares deste escrito,
que não te desfazes em cor
E manifestas ideias falazes de quem nunca sentiu uma
dor
Ao fim de dezesseis luas chegarão meus pássaros
secretos
Para dar cabo aos impávidos cenhos franzidos de outrora
Há um baixio de muro na rua distante que reflete um
som
Do tiquetaquear de um relógio escondido ferido das horas
Na história inaudita há o silêncio
oculto, um quase rumor
O dardo que arremessado à outra margem voa em rodopio
Seja a ponta da espada, seja o peito que ela aponta,
seja só
Há quem tem o norte e quem tenha o sul e não tem abrigo
Há estradas por onde se segue meio aos sonhos e
fantasias
Além da imaginação, da fronteira do tempo, na contramão.
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