A alma gêmea provém do infinito e
se cumpre antes que se exista
Arquitetada
em puro sentimento se cria a face há tanto esperada
Não da
contemplação de uma imagem real de sangue e identidade
É uma alma que nasce unida à
nossa, numa contingência invisível
Parece ilusória,
memória perpetuada que não se reflete no espelho
Mas é sólida qual o mármore que se esculpirá sua forma angelical
Ela vem a ti pelas mãos universo,
de quem emana a força geradora
Por inúmeras sombras e signos e não
pela cor dos olhos ou da pele
A verás e de imediato brilhará em
tua consciência um feixe de luz
Assim conhecerás a percepção da
verdade e claridade encher o ar
Estrela da
noite profunda, emerge como um inocente pensamento
E te marcará o peito como chaga
que não cicatriza e nem o queres
Ela te libertará para ser pássaro
a trespassar o espaço com seu voo
E depois de conhecer o horizonte repousar
no calor de seu abraço
Sem sacrifício a distinguirás ser
fruto da promessa de teus sonhos
Que afasta as trevas pela luz
cristalina que é o brilho de seus olhos
Na noite que a chuva reflete luzes
no chão com rastro de nostalgia
Uma lágrima
fugidia pode saltar, impertinente, meio às lembranças
Se a melancólica trama cinza do
outono urdir no frio das ausências
Na distância
que os separa, verás que nada supre a falta que ela faz
Deitarás tintas no papel para explicar seu corpo de anjo e serpente
Nem as palavras,
versos ou este poema darão a dimensão do seu ser
E se não
podes olvidar seu perfume e a sensação de tocar a sua pele
É porque foi tatuada na tua vida,
devaneio e fábula, princípio e fim
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirComo tudo que escreve, suave, belo... lindo!
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