O Ser do Poema
Dentro do
pensamento a paisagem noturna se desdobra
E se incorpora
no ar, resguardada em ritmos e segredos
Por detrás do
poema existe um poder, um ser, o seu eu
A obra objetivada em pele e carne, que sente calor
e frio
Tudo brota de um mesmo fermento ou um mesmo invento
Palavras nas quais tropecei, a derrubá-las sobre o
papel
Palavras
caídas do linguajar que encubro dentro de mim
Assim como as primeiras chuvas, fruto dessa
indiferença
Redijo o
impossível, escrevo da memória o esquecimento
Escrita
continuada subconsciente - volume, corpo e livro
Sem que se tenha o ontem, não há morte e nem há vida
Apenas não sei
da essência de que é feita toda a solidão
Na sombra luminosa do silêncio que se revela movimento
Forma nua projetada em seu espelho tornando-se visível
Face ao desejo
interior do poeta que é o que a tudo
move
E por ele,
também, são devorados qual a sombra e o fogo
A alegria do
pássaro contaminou o jardim com veemência
Com seu canto áspero
que percorre a geometria do verso
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