Acomodo meus ouvidos em teu colo, deixando fluir a emoção
Olho teu rosto nesta meia sombra, para trazer estas palavras
Devo despir-me de pudores para te descrever em meus versos
Dizer palavras que a um só tempo te revelem e te incendeiem
Que te caiam como o orvalho, que venham do fundo da alma
Se isso se chama poesia não o sei, mas é o que tenho a te dar
Frases para que brilhem pelos céus, a esvoaçar entre nuvens
Então derramá-las num véu de chuvas, em campos primaveris
Fazer minha mão deslizar por teu corpo e tomá-lo na memória
Reconhecer nessa tua geografia mares de belezas impensadas
Mãe de todos os naufrágios dos que não podem compreender
Que a luz de teus olhos é o guia por frestas fugidias da aurora
Como arauto de um novo dia, a viver por um tempo impensado
Renasço em ti com meu coração a romper o silencio da manhã
Como assim, por todo tempo infinito em que seguirei contigo
Até a tinta dos versos se converter na noite imensa de paixão
Por todas as distâncias, sem jamais estar longe, eu te quererei
Para estrelar meus versos, como imagem do que é o meu amor
Nenhum comentário:
Postar um comentário