As palavras tardias são
como as palavras ausentes
São o grito de
liberdade que se franqueou não vir
Essa fala cogente que
restou retirada na garganta
Estrelas que apagam,
arrastam a luz da esperança
Folhas a cair secas
alquebradas ao chão de poeira
O silêncio assim
exercita sua tirania e arrogância
E todas alvoradas restam
vilmente tintas de cinza
É assim quando se ama
mas não revela esse amor
Por isso que hoje quero
dizer do meu amor por ti
Sentimento que por
vezes faz que tudo se ilumine
Por vezes canta e outras sangra, mas sempre vive
E vivo não se cala, se eterniza para além do tempo
Por vezes canta e outras sangra, mas sempre vive
E vivo não se cala, se eterniza para além do tempo
Como o arrepio que
percorre o corpo sem porquê
Assim faz com que eu
queira escrever que te amo
Sim eu te amo, ainda
que isso não descreva o todo
Mesmo todas as frases
olvidadas no baú da mente
Minhas ou de outra
pessoa que fôra em outra vida
Para celebrar a chama
que amainou o frio inverno
E que difundiu o
perfume de uma nova primavera
Sim, eu te amo e por isso
não se cala o meu pensar
Em te dar e querer de ti o que for o melhor de nós
Em te dar e querer de ti o que for o melhor de nós
Quando digo do que
penso em verdade me ponho
Mais nu que nas noites
que o amor tornado físico
Irrompe a madrugada na
troca de abraços e beijos
Se te escrevo é porque
o tempo de amar é escasso
Porque o amor em seu
tempo futuro chega e passa
Veloz, terrivelmente profundo, suave e devastador
Veloz, terrivelmente profundo, suave e devastador
Arrebata a razão quando
reivindica a tua presença
Vejo-te dormir, és como
os versos ainda inescritos
O poema uma catedral
onde residem a dor e a paz
Que vive dentro de mim
tal a semente nos campos
Qual será flor e espinho
sob o orvalho nas manhãs
Assim enquanto a vida
desperta repito que te amo
E sou amor e carícias,
mas também sou som e fúria
Quando te esqueces que
não sou o tempo passado
Desperto do sono para
me entregar à vida contigo
Recordo
teu sorriso e o brilho de teus olhos juvenis
Nas memórias que o
esquecimento azul consentiu
O
sacro e profano de tua pele diante de meu rosto
Mas
tu, insciente de meu tão dito e repetido amor
Não
acreditas em mim, sofres por medo de sofrer
Os automóveis deslizam
na rua furtando o silêncio
Sem
que venhas dar conta que te amo e somente a ti
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