Há um instante entre tantos
outros possíveis instantes
Em que te
olho no fundo dos olhos e nada mais importa
O tempo, o espaço, o resto do
mundo ou ainda a chuva
São
dispensáveis as palavras, outros gestos e alegorias
Além do
balançar cadenciado de nossos corpos juntos
Vamos ao
fundo do ser num ritual que só nós sabemos
Dois corações
em um só ato e dois corpos como um só
E todo o caos
do universo em um momento se compõe
Nesse mundo à
meia luz, na inocência de nossa nudez
As sensações
se apropriam da tola presunção racional
Até as mais
firmes certezas desabam em cor e suspiros
Assim sei que és meu templo e meu
amor é a tua oração
Percebemos que já fomos náufragos
dessa velha solidão
Uma emboscada do vazio, um jogo
perdido de antemão
Porém, de mãos entrelaçadas
caminhamos juntos agora
Para reescrever a vida na
longínqua terra da imaginação
E afinal habitar tua geografia
com meus cavalos de fogo
A viagem chega à estação
insciente da harmonia divinal
Mas fica, ama-me outra vez. Para
sempre neste instante
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