Hoje me vejo
cheio de frases inacabadas como que ceifadas
Talhadas pela navalha do silêncio
nas cicatrizes do poema
Dói-me o vazio do desencanto a
inspirar amargas lágrimas
Desço os degraus dos sonhos entre
encarnados horizontes
O tórrido
calor do estio abdicou a abundantes frentes frias
E o cinza assume em lugar do azul onde o pássaro já se foi
O tempo constata atônito suas
próprias voltas se não vens
Não vês que
é tua vinda que recompõe o viço da primavera
Nem
compreendes que é essa ausência que vem a me ferir
Porque será árdua
a percepção do conceito de querer bem
E trazer nos
suspiros espalhados meio a minha inspiração
O anseio de
semear as carícias, de plantar sonhos surreais
Aspirando ao
tempo de colhê-los entre as flores do campo
E saborear,
paciente, meio às alamedas nas noites de amor
São quatro as estações que o
coração solitário experimenta
Secretamente em único momento, detrás
de um semblante
Ocultas sob as estrelas quais distantes
candeias luminosas
Nas fantasias destes escritos falazes,
desprovidos de dores
A retratar ideias desvairadas
como num quadro inacabado
Imagens em mil cores desfeitas de
uma alegria inexplicada
Respiro as memórias, presente que
resgato, reais ou irreais
Quando eu venha a despertar em um
tempo ainda distante
Que o mal transmute em bem, na
realidade que me lembro
Que a ciência do que era irreal,
assim, enfim se torne vida
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