730 dias contigo
Como poderia eu
imaginar que há dois anos atrás o amor venceria
Noites tão imensas
em um coração desolado a lamentar o futuro
Recordo que quase te
perdi nos planos opacos que o destino faz
Hoje te precipitas
em meus sonhos dos quais retiro estas palavras
Qual se pudesse
extrair da linguagem algo do que significas a mim
Quando estás
distante, penso que não existes senão em meus olhos
E que te imaginar
minha é só a forma de abstrair o mofo das horas
És o pão de toda a
ternura que me resgatou dessa solidão feérica
Que me incendiou a
carne e também a alma nas transversais do dia
És aquela que deita
minha pena ao papel me resgatando do silêncio
Que retirou meu
coração da sombra que vivia no varejo das horas
Fazendo o sol
comparecer em mim no oásis que és meio ao deserto
Ao teu lado sou
menino e me cego às dores de dias ácidos e febris
Ainda resistem na
garganta resinas amargas que contigo se diluirão
Anseio te dar o que
for o melhor de mim, do que a vida me ensinou
Dar asas à ternura
para planar em tua direção nos ventos do amor
Que seja leve e
brilhante como a brisa entre as árvores nas manhãs
Se não posso mais,
recebe este poema, fruto do bem que quero a ti
Flor da minha
primavera, perfume das minhas flores, cor do meu dia
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