Nave da meia noite, na azul voragem do tempo
Eu pássaro, asas alçadas sorvi de méis infinitos
Na barca dos desenganos, por toda dor que há
Viajei vidas à margem dos verbos encolerizados
Qual um navegante da luz, no farol da angústia
Nos astros, eu vi espanto e amargos presságios
Na fadiga do dia, tolos devaneios me torturam
Vi o frio e austero céu não contemplar estrelas
Uma metade de silêncio e outra de inquietude
Diz que não sou o mesmo perdido em pensares
Ontem, tão hirto e sozinho resgatei uns versos
Que guardo na morada de lembranças amargas
As quais mereço, por querer navegar no sonho
Hoje o poeta que novamente entrega-se à ilusão
No alvoroço que destoa do ritmo calmo da flor
Mas, este poema inadequado não é só espinhos
Também é canção e brisa que acaricia o campo
Uma fagulha de esperança n’um futuro melhor
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