Se escrever é fazer mágica, sou um mago; se for transformar, sou alquimista; se for dominar mistérios, então sou bruxo. Vim transmutar sentimentos em palavras e vice-versa. Os poemas falam de imagens, sentimentos e sonhos. Tudo se passa na vida real ou na surreal. Ao lê-los tenha atenção ao que está oculto nas entrelinhas. Deixe que os versos te levem onde o vento quiser levar. A musa de meus poemas é a vida. Estejam atentos, pois as palavras são metade de quem escreve e metade de quem lê.
quinta-feira, março 21
terça-feira, março 12
Última Onda
Tenho um grito tresloucado dentro de mim e não me ouves
E a negra tinta que lentamente escorre da pena pelo papel
Traça ondas de letras qual linhas que o mar traça na areia
Despertei e vi um mundo desigual a quando me pertencias
Teus olhos desobedientes a me fitar como dois horizontes
Tua silhueta elegante a fazer par a um mar só de teu sabor
O aroma dos jasmins das noites de verão qual teu perfume
O brilho das estrelas se acanhava ao brilhar do teu sorriso
Passou um oceano inteiro desses dias e só escrevo porque
Uma tarde de março sem poesia é tal um amor sem amante
O vento veio soprar e os cinzas da noite começaram a cair
É solidão outra vez. O coração caminha sem saber onde ir
A música apenas silenciou, fez eternos contos se diluírem
Partistes sozinha e levastes os projetos d’um novo futuro
Levastes as vãs promessas feitas, mas deixastes os sonhos
A última onda na areia apagou as marcas das tuas pisadas
E não sei onde fostes parar, apenas sei que não chegastes
Onde te esperava o espelho da vida, isso jamais te refletiu
E a névoa encobriu tua imagem que sequer acenou adeus
Nossa história é qual árvore negra que fruto algum gerou
quarta-feira, março 6
Ébrios de Deus
Chegas com a luz do dia, no mistério calado de saberes
O tanto sou teu a te espreitar incessante incomparável
O que revelaria teu aparecimento de fim e de princípio
Tu que és substância, absorta do fragmento da estrela
Desde o impacto inicial me irradiaste o negro vocábulo
A consciência do “silêncio sonoro” é como eu o nomeio
O mistério de dar-se sem dizer e amar de todo coração
Nesta relação de desprendimento me sacias repentino
Quais os argumentos de filha pródiga vens a me povoar
O pulso lúcido colapsando a fonte da noção e procriar
A compreensão global do verbo, nosso pecado original
Uma voz que para decifrar não se cala em seu arbítrio
De rosa a rocha, do raio a rio, de riso a rito e do ritmo
Um episódio de realidade, eco vibrante avança a tarde
Fluxos de diálogo me fluem nos lábios, nos olhos ávidos
Povoando plena ligação de nossas histórias longínquas
Sua completude, sua nulidade, o sonho para entranhar
Ouço o coração qual madrigal transparente do tempo
Um pulso amoroso e teus cabelos já moveram o mundo
Meu mundo! Vacante, imemorial e outras vezes ameno
Vencemos o espaço-tempo, caudal da ignorância crua
Fizemos do reino de cada um, nosso reino de todo um
O sabor da consciência de quem sabe andar no sonho
Ébrios de Deus nos pulsa a veia elemental amor e arte
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